A importância das portas de madeira para a acessibilidade em projetos arquitetônicos

People with disabilities can access anywhere in public place with wheelchair,that make them independent in transportation and feel they are not the stranger from social.


Descubra como portas de madeira e detalhes simples podem transformar edificações em espaços verdadeiramente inclusivos.

A acessibilidade é um direito fundamental e um aspecto essencial em qualquer projeto arquitetônico. Seja em edificações de uso privado, público ou coletivo, é imprescindível que todas as pessoas, especialmente aquelas com deficiência ou mobilidade reduzida, tenham acesso e usabilidade garantidos. 

No Brasil, o Decreto Federal nº 5.296 de 2004 e a norma ABNT NBR 9050 estabelecem diretrizes para promover a acessibilidade, no entanto, há uma norma técnica específica para portas de madeira que vem complementar essas orientações: é a ABNT NBR 15930 – Portas de Madeira para Edificações – Parte 3: Requisitos de desempenho adicionais.

Quando se fala em edificações acessíveis, muitas vezes o foco são as soluções mais conhecidas, como rampas e elevadores. Apesar dessas intervenções serem muitos importantes e necessárias, há uma série de outros detalhes que, embora simples, são igualmente relevantes para garantir a autonomia e a segurança de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Entre eles estão as portas de madeira, que também devem ser especificadas de forma que atendam às normas de acessibilidade.

De acordo com o engenheiro Daniel Faganello, especialista em acessibilidade, representante do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), também conselheiro do CREA-SC, “especificar portas de madeira que atendam à ABNT NBR 15930 significa garantir que, além da estética, esses produtos foquem também na funcionalidade e acessibilidade ao longo de sua vida útil, que em alguns casos é de muitos anos”. Ele acrescenta que as portas devem ter uma largura livre adequada para o tráfego, permitir uma abertura suave e incluir dispositivos que facilitem o uso por pessoas com deficiência, idosos ou mobilidade reduzida. “Esse tipo de especificação não só melhora o uso do espaço, mas também cria locais que acolhem e respeitam as necessidades de todos”, completa.

Faganello acrescenta que há outras intervenções de baixa complexidade que podem trazer ganhos significativos em acessibilidade. “A redução de desníveis internos, a implantação de pisos antiderrapantes e a ampliação do vão das portas para, pelo menos, 90 milímetros, são medidas que podem ser facilmente implementadas e que fazem uma grande diferença no dia a dia dessas pessoas”, explica. Ele também enfatiza a importância de detalhes como corrimãos em duas alturas, sinalizadores nos degraus e a correta comunicação visual e tátil. “Essas adequações garantem a autonomia de todos os usuários sem custos elevados”, afirma.

No que diz respeito a portas de madeira, a norma ABNT NBR 15930 estabelece critérios técnicos que incluem requisitos de desempenho a serem observados por fabricantes, arquitetos e especificadores. “Garantir que as dimensões e a instalação das portas respeitem as medidas mínimas de passagem, tenham a leveza e solidez necessárias e atendam ao sentido correto de abertura é fundamental para a acessibilidade”, afirma o especialista. Ele também destaca a importância de utilizar materiais de qualidade, como metais adequados, e proteções quando necessário.

A escolha de maçanetas e puxadores também devem ser observados com cuidado nos projetos de acessibilidade. “Esses dispositivos devem ser pensados para facilitar o uso por todos, utilizando o conceito de desenho universal e de normas, atendendo a pessoas com limitações físicas, deficiências, amputações ou perda de força muscular, como é o caso de idosos, por exemplo. Eles precisam ser ergonômicos, de fácil manuseio e com tamanhos e formas apropriados para prevenir acidentes e facilitar a vida do usuário”, explica Faganello. Ele também ressalta a importância desses acessórios serem o mais visíveis possível. “O contraste cromático é uma estratégia eficaz e inclusiva que deve ser considerada. A NBR 9050 traz esse conceito e especifica sobre o índice Light Reflectance Value (LRV) ou Valor da Luz Refletida, e as condições de contraste e da composição claro-escuro e escuro-claro”, diz.

O especialista acrescenta que essas interferências permitem uma interação mais segura e independente com o ambiente. “O uso de contrastes apropriados é uma maneira simples e de baixo custo que pode ter um grande impacto na acessibilidade auxiliando na autonomia da pessoa com deficiência”, afirma.

Segundo Faganello, para que a acessibilidade seja eficaz, é preciso o envolvimento das empresas fabricantes, das construtoras e dos profissionais que especificam os projetos, promovendo a identificação dessa cadeia com o tema e despertando em todos a disposição para aprender. “É necessário rever conceitos e, muitas vezes, quebrar paradigmas estabelecidos durante a formação acadêmica. A familiarização com as normas de acessibilidade e a legislação vigente é essencial”, afirma. Ele também destaca a importância do treinamento contínuo em acessibilidade arquitetônica e atitudinal para os membros da equipe. “O treinamento é determinante para assegurar que tanto a instalação quanto as especificações, sigam as orientações adequadas”, completa.

Tendências futuras em acessibilidade – Com um olhar sobre o futuro, Faganello aponta que a integração de tecnologias inteligentes, como sistemas automatizados e sensores, é uma tendência crescente em acessibilidade. “Essas tecnologias facilitam a abertura de portas e o controle de ambientes, tornando os espaços mais adaptáveis às necessidades dos usuários”, explica. Ele também menciona o potencial de materiais inovadores, mais leves e resistentes, que podem melhorar a criação de dispositivos assistivos, como cadeiras de rodas automatizadas e exoesqueletos. “A cada dia surgem inovações, mas tudo isso deve estar aliado à consciência coletiva da necessidade de inclusão”, conclui.

A inclusão e autonomia de todos os usuários depende de detalhes como a especificação correta de portas de madeira, a escolha de dispositivos de operação ergonômicos e a implementação de medidas simples, como o nivelamento de pisos e a ampliação de vãos. “Acessibilidade não é um luxo, é uma necessidade. E quando falamos de portas, estamos falando do primeiro contato que uma pessoa tem com o espaço. Que esse contato seja sempre de inclusão e respeito”, conclui Faganello.

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