Projetos comerciais exigem portas especiais

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Alguns tipos de edificações possuem exigências específicas que demandam conhecimento técnico dos profissionais que irão especificar portas, caso de hospitais, hotéis, salas de aula e estúdios de gravação. Na reportagem conheça as orientações da norma técnica ABNT NBR 15930 – Parte 3 para a correta escolha do produto.

Projetos como hotéis, hospitais, escolas, laboratórios, salas de exames radiológicos, cozinhas profissionais, estúdios de gravação ou emissoras de rádio exigem portas especiais, ou seja, aquelas com requisitos adicionais de desempenho que proporcionem além da funcionalidade normal características como isolamento acústico e/ou à radiação, resistência ao fogo. Da mesma forma, que necessitam de portas com acessibilidade e portas para as rotas de saídas de emergência.

Em 2021, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou a terceira parte da norma técnica de portas de madeira para edificações, a ABNT NBR 15930:3, que trata especificamente sobre as portas com requisitos adicionais. O texto traz orientações claras sobre a correta especificação do produto, levando em consideração o nível de desempenho 

necessário, o tipo de ocupação e o uso da porta. 

Com as orientações da norma, os profissionais têm parâmetros técnicos para a especificação e, com isto, não ficam expostos à compra inadequada que não cumpre com a proposta de uso exigida pelo projeto. Infelizmente, a adaptação de portas ainda é uma prática comum no mercado da construção civil, o que gera patologias e avarias no produto. Por outro lado, com a publicação da norma, a expectativa é que ocorra uma mudança cultural entre os profissionais do setor.

Percepção do mercado

Desde a publicação da parte 3 da norma de portas, o segmento tem observado mudanças no mercado. De acordo com Hilário Sonnestrahl, o coordenador comercial da Vert, os times comerciais têm recebido cada vez mais questionamentos a respeito das portas especiais como as com isolamento acústico e resistência ao fogo. “Nossos clientes perguntam sobre o desempenho das portas, assim como os certificados de qualidade. Percebemos que as solicitações têm aumentado, visto que o mercado está elevando o nível de exigência e as empresas têm investido em inovação a fim de atender essa demanda”.

Halison Deiler Scoz, gerente de vendas da Manoel Marchetti, empresa fabricante das Portas Álamo, percebe a mudança especialmente na relação com as construtoras. “Elas têm se empenhado cada vez mais em levar ao usuário final um produto de alta qualidade e 

desempenho, garantindo conforto, acabamento e funcionalidade, como o caso de portas com isolamento acústico”. Para ele, este mercado é pujante. “Há uma consonância entre fabricantes, entidades responsáveis por normas técnicas, profissionais especializados 

e entidades de crédito para incentivar o usuário final a consumir produtos de performance”, avalia.

O que está estabelecido na norma?

A norma técnica ABNT NBR 15930 – Portas de Madeira para Edificações – Parte 3: Requisitos de desempenho adicionais traz requisitos para Portas com Isolamento 

Acústico (PIA), Portas com Resistência ao Fogo (PRF), Portas Antirradiações (PAR), Portas com Acessibilidade (PCD), Portas de Saída de Emergência (PSE) e Portas Resistentes à Xilófagos (PRX). 

Essas portas somente podem ser classificadas e comercializadas com desempenho adicional quando o kit porta for montado pelo fabricante, incluindo as ferragens e acessórios obrigatórios.

A norma traz também requisitos para a VUP (Vida Útil de Projeto) da porta conforme estabelecido na ABNT NBR 15575-1. A porta de madeira deve atender uma VUP mínima de 8 anos. A definição da VUP é de responsabilidade do projetista, do fabricante, do construtor e do usuário. Para isso, a norma estabelece as seguintes incumbências. O projetista deve especificar a VUP, indicando os produtos que isoladamente ou em conjunto atendam ao desempenho mínimo requerido do sistema. Ele deve recorrer às normas técnicas aplicáveis e ao desempenho caracterizado pelos fabricantes dos produtos. Para isso ele deve solicitar à empresa fabricante de portas as informações necessárias para balizar a especificação.

A empresa fabricante de portas também tem seu papel definido. Ela deve caracterizar o desempenho da porta de madeira de acordo com a ABNT NBR 15930 e ABNT NBR 15575-1, informar o prazo de VUP das portas de madeira e recomendar os métodos de 

armazenamento, manuseio, instalação, uso durante o período de obras, operação e manutenção.

Para o construtor, a norma estabelece que ele deve adquirir os produtos especificados no projeto e conforme as instruções do fabricante, guardar, manusear e instalar adequadamente. Ele deve elaborar o manual de uso, operação e manutenção da edificação, baseado nas instruções do fabricante de portas de madeira, que deve ser entregue aos usuários da unidade privada e ao condomínio. 

O usuário tem sua missão nesse processo também. Ele deve assegurar a utilização correta do produto e realizar as manutenções de acordo com o estabelecido no manual de uso, operação e manutenção, ou, na ausência deste manual, de acordo com as instruções fornecidas pelo fabricante de portas de madeira.

Fonte: Conteúdo publicado na quinta edição da Revista Portas de Madeira.

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